Sexta-feira, 5h da manhã, relógio desperta, é hora de me preparar para mais um dia de trabalho, o último da semana. Banho tomado, barba feita, faço a minha oração pedindo proteção ao Criador, para enfrentar mais um dia de labuta.
As 6h15 saio de casa rumo a estação onde pretendo embarcar no trem da 6h30 com destino ao centro da cidade de São Paulo, a maior cidade da América Latina. O trem chega exatamente no horário, na hora de embarcar é o empurra-empurra de sempre, o tempo para o embarque é pouco mais de um minuto.
Dentro de trem há pessoas de todos os tipos, numa grande variedade de sotaques regionais com destaque para o nordeste. O jeito de vestir dessas pessoas revela o mau gosto e a condição econômico. O forma coloquial da fala, as gírias, os assuntos interpretados a partir do senso comum, revelam a baixa escolaridade da maioria dela.
No trem se fala sobre todos os assuntos. Sobre política o que mais se comenta é o impeachment da presidenta Dilma, que no trem vira “impiche”. Outro assunto preferido é a novela da Globo, não importa muito qual seja, sendo da Globo, a maioria assiste. Chega a estação da Luz, onde desembarco e, após 15 minutos de caminhada chego ao meu local de trabalho. Agora começa a rotina.
Relatórios, reuniões com o chefe, leitura de e-mail, atendimento de clientes. Ufa!, chega a hora do almoço. Restaurante cheio, as pessoas aproveitam para conversar sobre futebol, programas do final de semana e outras amenidades. Até que enfim, 18h00, final do expediente. Vou correr para a estação. A noite os trens são mais lotados.
Embarco de volta no trem das 19h30, a previsão para chegar em casa é de aproximadamente uma hora. A viagem de volta não é muito diferente do que a de vinda, o que muda um pouco é o humor das pessoas. O cansaço também é visível, o cheiro de suor, os desodorantes vencidos, tudo isso irrita as pessoas. Para matar o tempo alguns grupos jogam cartas, outros pregam a Bíblia e cantam hinos de louvor. Assim o trem vai rompendo o caminho, trazendo de volta para casa centenas de milhares de homens, mulheres, jovens, adultos, estudantes e até alguns desocupados.
As 20h15 o trem chega na estação onde vou desembarcar. Desço e vou andando com pressa de chegar em casa. No caminho inteiro vim pensando na amada, louco para cair em seus braços, sentir o mais puro perfume que exala de sua pele trigueira, macia como algodão egípcio. Acariciar seu rosto, me enrolar em seus cabelos anelados, pretos brilhantes como as pérolas, beijar seus lábios carnudos, tão frescos como uma fruta madura colhida no pé.
Chego em casa, porta só encostada, chamo pelo seu nome, você não está,fico a te esperar. Espero, espero, espero ...e nada de você. De repente, num móvel num canto da sala, dobrado um bilhete dirigido a mim. Mesmo sem abrí-lo, gelei. Pensei; meu Deus! fui abandonado. Assim, só com um bilhete? Pensei, porque tanta ingratidão? Meu Deus o que faço agora? De repente salta em meu peito a coragem, abro o bilhete que dizia: “ amor ,volto já...te amo...beijos!
Ufa! O susto foi grande!
Autor: Ivam Galvão
E-mail: ivamgalvapoa@gmail.com
As 6h15 saio de casa rumo a estação onde pretendo embarcar no trem da 6h30 com destino ao centro da cidade de São Paulo, a maior cidade da América Latina. O trem chega exatamente no horário, na hora de embarcar é o empurra-empurra de sempre, o tempo para o embarque é pouco mais de um minuto.
Dentro de trem há pessoas de todos os tipos, numa grande variedade de sotaques regionais com destaque para o nordeste. O jeito de vestir dessas pessoas revela o mau gosto e a condição econômico. O forma coloquial da fala, as gírias, os assuntos interpretados a partir do senso comum, revelam a baixa escolaridade da maioria dela.
No trem se fala sobre todos os assuntos. Sobre política o que mais se comenta é o impeachment da presidenta Dilma, que no trem vira “impiche”. Outro assunto preferido é a novela da Globo, não importa muito qual seja, sendo da Globo, a maioria assiste. Chega a estação da Luz, onde desembarco e, após 15 minutos de caminhada chego ao meu local de trabalho. Agora começa a rotina.
Relatórios, reuniões com o chefe, leitura de e-mail, atendimento de clientes. Ufa!, chega a hora do almoço. Restaurante cheio, as pessoas aproveitam para conversar sobre futebol, programas do final de semana e outras amenidades. Até que enfim, 18h00, final do expediente. Vou correr para a estação. A noite os trens são mais lotados.
Embarco de volta no trem das 19h30, a previsão para chegar em casa é de aproximadamente uma hora. A viagem de volta não é muito diferente do que a de vinda, o que muda um pouco é o humor das pessoas. O cansaço também é visível, o cheiro de suor, os desodorantes vencidos, tudo isso irrita as pessoas. Para matar o tempo alguns grupos jogam cartas, outros pregam a Bíblia e cantam hinos de louvor. Assim o trem vai rompendo o caminho, trazendo de volta para casa centenas de milhares de homens, mulheres, jovens, adultos, estudantes e até alguns desocupados.
As 20h15 o trem chega na estação onde vou desembarcar. Desço e vou andando com pressa de chegar em casa. No caminho inteiro vim pensando na amada, louco para cair em seus braços, sentir o mais puro perfume que exala de sua pele trigueira, macia como algodão egípcio. Acariciar seu rosto, me enrolar em seus cabelos anelados, pretos brilhantes como as pérolas, beijar seus lábios carnudos, tão frescos como uma fruta madura colhida no pé.
Chego em casa, porta só encostada, chamo pelo seu nome, você não está,fico a te esperar. Espero, espero, espero ...e nada de você. De repente, num móvel num canto da sala, dobrado um bilhete dirigido a mim. Mesmo sem abrí-lo, gelei. Pensei; meu Deus! fui abandonado. Assim, só com um bilhete? Pensei, porque tanta ingratidão? Meu Deus o que faço agora? De repente salta em meu peito a coragem, abro o bilhete que dizia: “ amor ,volto já...te amo...beijos!
Ufa! O susto foi grande!
Autor: Ivam Galvão
E-mail: ivamgalvapoa@gmail.com
Como é gostoso de ler suas crônicas. Já pensou em escrever um romance?
ResponderExcluirMUITO BOM AMIGO! PARABÉNS.
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