Golpistas se articulam contra a Democracia

“Democratas do Brasil uní-vos “

A República brasileira começa com um golpe militar. De lá pra cá muitas tentativas de golpe foram feitas  e, após várias tentativas em abril de 1964 uma delas acabou se consolidando.

O golpe de 64, não foi um golpe militar que aconteceu num raio de céu azul. O golpe foi civil-midiático-militar e,  contou com a participação ostensiva do governo dos EUA através de seu embaixador no Brasil,Lincoln Gordon. O governo americano investiu alguns milhões de dólares para financiar o golpe.
O embaixador Lincoln Gordon passava informações sobre a situação no Brasil diretamente ao presidente Kennedy , que, segundo relatos em documentos existentes cogitava invadir o Brasil, e até mesmo dividir o nosso país.

Tudo isso aconteceu no contexto da guerra fria, onde havia de um lado a antiga União Soviética e de  outro lado os Estados Unidos.
Com objetivo de defender seus interesses no Brasil e na América Latina, e barrar um governo com viés mais nacionalista, os americanos desencadearam uma campanha propagandística  contra o governo de João Goulart.

A conspiração para derrubar o governo constitucional foi muito bem articulada.Dois anos antes do golpe, o general Golbery do Couto e Silva, com apoio de empresários, criou o Ipes, uma instituição de fachada, cujo objetivo verdadeiro era amealhar recursos materias e financeiros para a conspiração contra o governo.

A direita civil, cujo principal expoente era o governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda consorciado com Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais e Ademar de Barros de São Paulo e, mais parlamentares ligados a UDN - União Democratica Nacional, articulavam empresários e setores da igreja católica em favor do golpe.

Mas, o apoio da imprensa foi fundamental no apoio ao golpe. Jornais como  O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo e tantos outros estampavam em suas capas o apoio ao golpe. O jornal Correio da Manhã publicou em seu editorial pedindo “ BASTA!”, o mesmo jornal também publicou em outro editorial “ FORA!”, ainda assim logo após o golpe o jornal foi fechado pelo novo regime. O golpe contou com a participação efetiva de emissoras de radio, da mídia impressa e até mesmo da televisão que à época ainda engatinhava.

Desde o surgimento da República, no Brasil há sempre um seguimento da sociedade que só aceita a democracia em caso de vitória, quando derrotado nas urnas costumam bater à porta dos quarteis. Apesar de ser um filme ruim, mas que sempre se repete ao longo da história brasileira.

Em outubro do ano passado(2014) a presidente Dilma Rousseff derrotou o candidato de oposição Aécio Neves. Embora a vitória de Dilma tenha sido por uma pequena margem de votos, a eleição foi livre e dentro das regras democráticas. Mas, mesmo assim a oposição derrotada não se conforma.

Passados 30 anos de redemocratização, de novo está se articulando um consórcio golpista, cujo o objetivo é assumir o poder depondo a presidente legitimamente eleita. Mais uma vez o país assiste perplexo um conluio de uma oposição ressentida, sem proposta, cujo passado de seus líderes os coloca sob suspeita. A mídia por sua vez se encarrega de propagandear a crise alertando para o perigo no futuro que se descortina. Nas redes sociais os conservadores atacam de forma virulenta e pusilânime a presidente. Reacionários da elite dominante, ressentidos pela derrota de seu candidato, saem às ruas em manifestações pedindo a saída da presidente Dilma e intervenção  militar.

É claro que o governo Dilma não vai bem. Mas ,independentemente disso a presidente venceu a eleição em pleito livre e direto. Isso tem que ser respeitado. Aécio Neves, não tem a mesma envergadura de um Carlos Lacerda, mas está desesperado, atirando pra todo lado e pregando o impeachment  da presidente.

Não sou do PT, não votei na presidente Dilma, mas fica aqui o alerta aos democratas deste país, temos que evitar que oportunistas aventureiros atentem contra a nossa tenra democracia.

Autor: Ivam Galvão
E-mail: ivamgalvaopoa@gmail.com

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