Se há um assunto sobre o qual muitas pessoas não gostam nem de ouvir falar é sobre morte. Embora a morte seja algo reservado exclusivamente aos vivos, há lugares e momentos que o assunto se torna proibido. Até mesmo quando estão em velório as pessoas evitam falar sobre a inevitável hora indesejada. Talvez por ser algo sobre o qual o ser humano não tenha o controle ele a associe ao divino.
Morte e vida são companheiras inseparáveis. É comum no dia-a-dia, ouvirmos pessoas falarem em morrer de amor, morrer de saudade, morrer de tédio, morrer de alegria e até mesmo morrer de felicidade. Platão foi o primeiro filósofo a trazer a morte para a vida. Em seus diálogos apologia de Sócrates e Fidon, numa reflexão sobre a morte, Platão diz que a morte é uma passagem, é o corpo que se separa da alma. O corpo morre, mas a alma é eterna. Isto causou um tremendo impacto nas religiões monoteístas que até hoje em cerimonias fúnebres padres, pastores, rabinos e sheiques fazem discursos platônicos.
Ainda dentro desse pensamento platônico, a filosofia é um treinamento para morrer. Morte e vida se equivalem, Aquele que não filosofa passa sua vida pautada pelo corpo. Há pessoas que passam a vida inteira correndo atrás das lacunas, tentando saná-las, Passam tentando reequilibrar um corpo feito para carências e insatisfações.
As dua correntes filosóficas existentes têm concepções diferentes sobre a vida e a morte. Para os idealistas o corpo e a alma são coisas separadas. Já para os materialistas corpo e alma são uma coisa só.
Na concepção materialista, com a morte tudo acaba . Numa visão dialética vida e morte andam juntas, pois a todo instante milhões de células morrem e nascem outros milhões de células em nosso corpo, num processo de renovação da vida. Assim, a irrecuperabilidade dos instantes existências faz com que pensemos que há uma morte a cada instante vivido.
Durante toda nossa vida passamos nos inventando. Colocamos máscaras que cobrem a nossa verdadeira essência e mostramos só o nosso cinismo, que desaparecem quando chegamos aos últimos suspiros, onde nada mais mais faz sentido. Neste momento voltamos a ser nós mesmos, assim como quando nascemos.
Para que o assunto morte ficasse menos chato, menos sombrio, as pessoas deveriam ter o direito de escolher como queriam morrer, assim cada um ficaria responsável por escrever a sua última cena no roteiro da vida.
Se assim fosse, eu particularmente já teria escolhido o meu: gostaria de morrer no dia 15 de março de 2045, dia em que estaria completando 90 anos de vida. Seria morto assassinado com um tiro certeiro no coração, que destruiria todos os sentimentos impuros acumulados durante a vida. O assassino seria um surfista de 30 anos, que ao voltar da praia me surpreende na cama com sua mulher, jogadora de vôlei de praia, este tomado por um momento de fúria, pega um revolver na gaveta e atira. Pode não ser um final feliz, mas seria bastante significativo para quem levou uma vida medíocre e sem graça, não tendo nada de interessante que merecesse um destaque.
Autor: Ivam Galvão
Morte e vida são companheiras inseparáveis. É comum no dia-a-dia, ouvirmos pessoas falarem em morrer de amor, morrer de saudade, morrer de tédio, morrer de alegria e até mesmo morrer de felicidade. Platão foi o primeiro filósofo a trazer a morte para a vida. Em seus diálogos apologia de Sócrates e Fidon, numa reflexão sobre a morte, Platão diz que a morte é uma passagem, é o corpo que se separa da alma. O corpo morre, mas a alma é eterna. Isto causou um tremendo impacto nas religiões monoteístas que até hoje em cerimonias fúnebres padres, pastores, rabinos e sheiques fazem discursos platônicos.
Ainda dentro desse pensamento platônico, a filosofia é um treinamento para morrer. Morte e vida se equivalem, Aquele que não filosofa passa sua vida pautada pelo corpo. Há pessoas que passam a vida inteira correndo atrás das lacunas, tentando saná-las, Passam tentando reequilibrar um corpo feito para carências e insatisfações.
As dua correntes filosóficas existentes têm concepções diferentes sobre a vida e a morte. Para os idealistas o corpo e a alma são coisas separadas. Já para os materialistas corpo e alma são uma coisa só.
Na concepção materialista, com a morte tudo acaba . Numa visão dialética vida e morte andam juntas, pois a todo instante milhões de células morrem e nascem outros milhões de células em nosso corpo, num processo de renovação da vida. Assim, a irrecuperabilidade dos instantes existências faz com que pensemos que há uma morte a cada instante vivido.
Durante toda nossa vida passamos nos inventando. Colocamos máscaras que cobrem a nossa verdadeira essência e mostramos só o nosso cinismo, que desaparecem quando chegamos aos últimos suspiros, onde nada mais mais faz sentido. Neste momento voltamos a ser nós mesmos, assim como quando nascemos.
Para que o assunto morte ficasse menos chato, menos sombrio, as pessoas deveriam ter o direito de escolher como queriam morrer, assim cada um ficaria responsável por escrever a sua última cena no roteiro da vida.
Se assim fosse, eu particularmente já teria escolhido o meu: gostaria de morrer no dia 15 de março de 2045, dia em que estaria completando 90 anos de vida. Seria morto assassinado com um tiro certeiro no coração, que destruiria todos os sentimentos impuros acumulados durante a vida. O assassino seria um surfista de 30 anos, que ao voltar da praia me surpreende na cama com sua mulher, jogadora de vôlei de praia, este tomado por um momento de fúria, pega um revolver na gaveta e atira. Pode não ser um final feliz, mas seria bastante significativo para quem levou uma vida medíocre e sem graça, não tendo nada de interessante que merecesse um destaque.
Autor: Ivam Galvão
Texto que tem muito de reflexão sobre as diversas formas de encarar vida e morte. Eu , de minha parte, prefiro entender que morte física, desvinculada de mente e alma , não tem graça.... É preciso o fascínio de querer entender o que vem depois, o continuar sempre após a morte física .
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